sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

 Palavras: tempestade, nevoeiro, arca, liberdade, disfarce

Era uma vez uma sereia que vivia triste e sozinha no fundo do mar… Num certo dia de inverno, decide ir à superfície para ver como corriam as coisas com os humanos, lá na terra. Ela ficou muito admirada com as decorações de Natal e as luzinhas a piscar, penduradas nas árvores! Não tinha dado conta que estava a chegar o Natal. Ficou triste e pensativa! Afinal, não tinha ninguém com quem pudesse festejar e trocar presentes. Decide regressar a casa.

De volta ao seu mundo, repara que se avizinha uma tempestade, e seria brava, pois até as gaivotas estavam a regressar para terra. Estava nesses pensamentos, quando, de repente, repara num barco com jovens pescadores e interpela-os, aflita:

- Rapazes, é melhor regressarem a casa! Vem aí uma tempestade e das grandes!

- Estão a ver o que eu vejo? -pergunta um dos pescadores.

- Eu não vejo nada! - diz o António!

-Eu também não. - confirma o João!!

- Estás a ver coisas! - troça o Manel.

- Estou a ver muito bem, é uma sereia!!! E muito bela por sinal! E está a falar para nós. Diz para irmos embora…

- O nevoeiro está a deixar-te confuso, deve ser alguém com um disfarce e que quer gozar connosco! Em tantos anos de pescador, nunca vi uma sereia! Há lendas, mas elas nunca apareceram. - continua o Manel.

De repente, vem uma onda e engole o barco. A sereia nada em direção ao lugar onde o barco desapareceu e socorre os pescadores, desmaiados, para a sua casa.

Passaram -se dias, quando acordaram, mas estavam presos numa arca…

Um dos pescadores, o Manel, dirigiu-se à sereia e implorou:

- Deixa-nos ir embora, sabes que não podemos estar muito tempo debaixo de água e as nossas famílias estão preocupadas com a nossa ausência.

- Eu já estava a habituar-me a ter companhia e a tomar conta de vocês, mesmo dentro dessa arca!! Eu sinto-me sozinha aqui em baixo, não tenho com quem falar, nem amigos. -  desabafou a sereia.

- Se nos libertares, podes ir passar a noite de Natal connosco, teremos todo o gosto que te juntes a nós. Aliás, poderás ir sempre que te apetecer. - pede o António.

- Vocês querem ir embora em liberdade e não querem saber mais de mim, aqui no fundo do mar, triste e sozinha, sempre com medo de aparecer, pois vocês humanos não acreditam que eu existo! Eu bem vos avisei que vinha a tempestade e não quiseram saber. -lamenta a sereia tristíssima.

- Podes ir já, se quiseres. Arruma as tuas coisas e vem! Vais ver que vais adorar, podes morar connosco e com a nossa família! Quando sentires saudades do mar, vais à pesca connosco e vens a tua casa! Como te chamas? - pergunta o João, que estava fascinado pela sua beleza.

- Sou a Dalila. Será que posso ir com vocês? Como poderei viver na terra?

- Tal como nós estivemos estes dias aqui, também tu podes vir connosco, só temos que levar a tua arca! Quando precisares, entras nela e descansas. - propõe o Manel.

A sereia arrumou a mala e partiram. Foi o melhor Natal de todos! Eram uma família feliz e unida. A sereia Dalila parecia já humana…

 

Sofia, 8º E e a mãe


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