Palavras: duende, caveira, floresta, aldeia, teatro
Há muito tempo atrás, numa aldeia muito distante, viviam entre as grandes árvores da floresta, os duendes e as caveiras. Do lado negro e sombrio da floresta, viviam as caveiras e, do lado ensolarado e alegre, viviam os duendes, juntamente com animais que pastavam livremente nos verdes campos.
Todos os anos
realizava-se um evento que juntava toda a população: o teatro de inverno. Tinha
lugar no início dessa estação e servia para reunir todos, antes da neve chegar
e isolar cada um nas suas casas.
Naquele ano, era a
vez dos duendes organizarem o teatro e Tobias, o duende mais famoso da aldeia,
pela sua personalidade divertida e despreocupada, estava cheio de ideias e vontade
de participar.
Certo dia, saiu de
casa e dirigiu-se junto ao lago onde se realizava o teatro. Havia necessidade
de construir o cenário, que tinha sempre elementos da floresta ocupada pelas
caveiras e da floresta ocupada pelos duendes. Enquanto os duendes tinham as
casas dentro das árvores maiores e com mais ramos, as caveiras viviam em grutas
sem luz e o Tobias decidiu ir ao lado das caveiras para trazer algo que as
representasse. Chegou a uma das grutas já ao final da tarde, com pouco sol. Chamou,
mas ninguém respondeu. Decidiu entrar e explorar um pouco mais. Acabou por
encontrar várias velas, muitas delas quase sem cera para queimar. Pegou numa e
desatou a correr pois estava com medo ao escuro. Mas, quando estava a chegar à
saída da gruta, eis que foi presenteado com uma avalanche de rochas, que
bloqueou a saída. Apenas com uma vela na mão, Tobias estava assustado e sem
saber o que fazer. Passou alguns minutos sem sequer se conseguir mexer, até que
se encheu de coragem e decidiu explorar o resto da gruta para tentar encontrar
uma saída. Mesmo no meio da gruta, encontrou uma fogueira ainda com as brasas
acesas e pensou que, certamente, teriam estado ali há pouco tempo. Viu ao longe
o que lhe parecia serem luzes, mas vinha de uma galeria tão estreita e baixa que
ele nem sabia se conseguiria passar. Rastejou ao longo de vários metros, quando,
finalmente, chegou a outra caverna, onde estava uma caveira conhecida. Esta
explicou-lhe que as grutas estavam todas ligadas e foi por isso que não ficou
preso com a avalanche.
Depois de algum
tempo, decidiu atravessar a floresta negra, onde viviam os animais selvagens e
perigosos que o podiam devorar, para voltar para casa. Falou com algumas
caveiras que lhe deram indicações e lhe disseram por onde ir.
Nessa mesma noite,
ele partiu para a floresta, aterrorizado. Atravessou caminhos de grandes
árvores pálidas e gélidas, onde muitas aves de rapina fazem os ninhos, tendo
chegado à parte mais assustadora da floresta, aquela onde viviam os lobos.
Tobias, muito preocupado com o
que lhe podia acontecer, acendeu uma tocha
criando fogo ao raspar duas pedras e andou muito lentamente, mas sem se
aperceber pisou um galho, atraindo a atenção dos animais. Ele desatou a correr
e encontrou um orifício numa árvore e escondeu-se lá, onde pernoitou.
No dia seguinte,
seguiu viagem e acabou por encontrar a aldeia dos duendes. Todos estavam preocupados
com ele, mas Tobias afirmou que estava bem e que se tinha perdido numa gruta do
lado das caveiras.
Passados alguns dias, ocorreu o teatro
anual que atraiu quase a floresta inteira, sendo que foi o que arrecadou mais
dinheiro nos últimos anos.
Guilherme
Lopes, 8º E, Luís Lopes e Salete Lopes
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