Palavras: madrinha, fada, fada má, carrossel, rosas
Numa linda manhã de inverno, o
menino Caetano foi visitar a sua avó Gracinda que morava numa pequena casa de madeira
no meio da floresta. Enquanto ia no carro, foi avistando um extenso roseiral de
inverno, com rosas de todas as cores, as quais exalavam um perfume doce a rosas
que ia entrando para dentro do carro. Maravilhado com as cores da naureza,
Caetano pergunta aos pais:
-Mãe, sabes quem plantou estas flores aqui?”,
-Nesta zona, antigamente, os mais antigos diziam que moraram, durante
muitos séculos, muitas fadas. Há quem diga que plantavam as rosas para fazer um
óleo medicinal.- respondeu a mãe.
-Mas ainda vivem aqui fadas? - continuou Caetano, curioso.
-“Ninguém sabe, mas há quem diga que, numa gruta, no meio da floresta,
ainda vive uma fada, mas como usou o seu poder para prejudicar alguém,
chamam-lhe a fada má.
–Mas repara, a tua madrinha Lua acabou
de chegar a casa da avó. Não existe pessoa melhor para te responder a essas perguntas.- respondeu a mãe.
Caetano, depois de ouvir a fascinante
história, ficou intrigado para onde fugiram as fadas boas. Sai do carro e abraça a sua avó com muita
força, pois já não a via há muito tempo. Aquele abraço caloroso, o cheiro da lareia
entranhado nas roupas da avó, faziam-no sentir em casa. Abraça também a
madrinha. Mulher mística e a única que o poderia ajudar a saber mais histórias
sobre as fadas que no passado moraram ali.
-Caetano, meu
netinho querido, tens comido bem?- perguntou a avó.
- Sim, as os ares da
natureza abrem-me o apetite.- responde Caetano.
-O que me dizes a umas
torradas no forno de lenha e um chocolate quente?- sugeriu a avó,
- Já estou a salivar! - responde Caetano.
Enquanto os pais desfaziam as malas,
Caetano foi para a cozinha com a avó. Adorava aquele ambiente de acolhimento, a
cafeteira do café cheia para as visitas, os panos crochet feitos pela avó e o
cheiro da lareira. Enquanto a avó Didi estava a fazer o lanche, Caetano ouve a
conversa da madrinha.
- Gracinda, vamos ter lua cheia esta noite, não te esqueças
de pôr os cristais a lavar”, pediu a madrinha Lua.
- Lá estás tu com as tuas bruxices, ou crendices, como
queiras! - responde Gracinda.
Caetano ao ouvir a conversa, não resistiu e perguntou à madrinha:
- Madrinha Lua, tens que me contar
mais sobre essas histórias de fadas. Ouvi dizer que aqui moravam fadas, é verdade?
- pergunta Caetano.
- É verdade, sim. Aqui moraram fadas
só que, como foram perseguidas, tiveram que fugir e esconder-se dos aldeões.
Eram mulheres muito sábias, que usavam os poderes da natureza para curar
pessoas, mas foram mal interpretadas pelos aldeões. Se quiseres saber mais
coisas sobre as fadas, vem comigo, eu vou a um carrossel no centro da cidade e
conto-te mais coisas”, afirmou a madrinha Lua.
_ Se os meus pais me deixarem, eu adorava ir ao carrossel contigo.”- respondeu Caetano.
Ficou
muito curioso pelo convite da madrinha, mas, naquele momento, só quis dar uma
grande trinca na sua torrada com sabor a fumo.
Caetano sempre foi fascinado por contos de
fadas e fantasia, fascinava-o a ideia de existirem fadas a viver na floresta.
Ao longe, ouviu o som
de alguém a chamá-lo:
- Caetano, despacha-te, não tenho a tua vida! - gritou a madrinha.
Para chegarem ao carrossel tiveram que seguir um trilho no
meio da floresta, onde avistou muitas borboletas brancas.
- Sabias que as borboletas significam pureza? - perguntou a madrinha.
- Não, gostava mesmo de passar
mais tempo aqui na aldeia, neste ambiente de cura!- responde Caetano.
Caetano adorava
passar tempo com a madrinha, pois ela era uma astróloga muito conhecida.
O som do Carrossel já se ouvia lá ao fundo,
um pequeno carrossel instalado no centro da vila. Depois de várias voltas no Carrossel
voltam as perguntas.
- Madrinha, afinal existem ou não fadas? - pergunta Caetano.
- Caetano, as fadas foram perseguidas durante
anos por serem mulheres intuitivas e curandeiras, elas não desapareceram, só se
disfarçaram de aldeões. Repara o brilho no olhar daquelas mulheres. São todas
fadas ou de famílias de fadas, só não se apresentam como antigamente. Fazem o
bem, cuidam dos outros e estão sempre ao serviço dos outros. - afirma
misteriosamente Lua.
- Madrinha, pelo que sei também és intuitiva e
praticas o bem, também és uma Fada? -perguntou Caetano.
- Caetano, és um menino inteligente. Sim, eu
sou uma fada. A nossa família pertence ao reino das fadas. A Tua bisavó, a tua
avó, a tua mãe e eu fazemos parte dessa linhagem e, como vês, não temos asas,
nem varinhas de condão, mas continuamos a praticar o bem. - revelou a madrinha.
Caetano, chocado com as declarações, pede
à madrinha para voltar a casa. Já na
casa da avó, reúnem-se a mãe, a avó e a madrinha à lareira para explicarem a
Caetano o que é ser uma fada.
- Caetano, as fadas respeitam a natureza, honram
a sua intuição, cuidam dos animais e ajudam quem precisa. Tu não és uma fada,
mas se honrares os nossos ensinamentos, podes tornar-te um homem muito especial.
- Afirma a avó.
Foi aí que Caetano percebeu que, em
cada um de nós, existe uma alma de fada, basta nós a sabermos ouvir.
Dinis Rocha, 8ºE e tia Sofia
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