Palavras :paraíso, ódio, terrível, desencantar, Celeste.
Era uma vez
uma menina chamada Celeste. Ela vivia naquilo que poderia ser considerado um
paraíso, numa aldeia onde só se ouvia sons agradáveis, desde as mais leves
brisas, no início da manhã, aos repuxos de pedra a correrem água.
Celeste
era uma menina como as outras, tinha cabelos ruivos e sardas na cara, olhos de
um verde tão vivo que eram quase idênticos a folhas de arbustos e umas orelhas
pontiagudas. A sua pele era muito fina e transparente e brilhava com a luz do
sol. Vivia conjuntamente com a sua mãe e seu pai, não tinha qualquer irmão, mas
tinha um grande gato preto e gordo, a quem lhe chamara Lord. Ela era baixinha,
mas, no entanto, tinha 12 anos. Todos os dias de manhã, pelo raiar do sol, ela
saia muito animada, para ir para a escola. Como toda a gente a conhecia,
cumprimentavam-na com um:
-Bom dia,
Celeste!
E ela
respondia, alegremente:
-Bom dia!
Naquele dia,
Celeste sentia se um pouco estranha, sentia- se como se levasse o mundo inteiro
na cabeça.
Quando chegou à escola, colocou o material em cima da mesa de carvalho e deixou-se levar pela aula. À medida que o tempo ia passando, Celeste sentia-se cada vez pior..., até que algo terrível aconteceu. Celeste começou a voar! Todos olharam para ela que, agora, pairava em cima da mesa. Celeste estava tão assustada que mais parecia um ratinho, não se movia e só se atrevia a respirar.
-Isto é um
pesadelo, só pode ser um pesadelo! - pensou ela.
Como ninguém
sabia o que havia de fazer, pois nunca se recordavam de ver alguém a flutuar,
os professores resolveram ligar a um médico e chamar um psicólogo, enquanto os
colegas de Celeste olhavam embasbacados para ela. Entretanto, Celeste tinha
reparado que o que ela sentia antes tinha desaparecido, mas também que todos
olhavam para ela como se fosse um monstro, e isso fazia-a querer desaparecer
naquele momento.
Passado um quarto de hora, o médico e o psicólogo
chegaram, não muito convencidos, mas quando viram Celeste naquele aparato,
pareciam dois burros a olhar para um palácio, e resolveram então chamar um
cientista que, quando chegou, ficou também espantado.
O tempo ia passando, a noite
aproximava-se e Celeste permanecia na escola, pois estava a ser observada pelo
cientista, que ainda não sabia bem o que fazer, enquanto os colegas e
professores já tinham ido para casa.
De repente, o
cientista saiu da sala. Celeste não aguentava mais o som e as luzes das máquinas,
então decidiu que tinha de fugir. Tentou abrir a porta, mas esta estava
trancada. Então, como ela agora tinha o dom de voar, resolveu sair por uma
porta improvisada. Abriu a janela e pensou no que de pior podia acontecer.
-Por favor,
por tudo o que há de bom, que eu não vire uma panqueca esmagada!
Ouviu passos e percebeu que, por mais que quisesse, não havia tempo a perder, por isso saltou no momento em que ouviu a porta a ser destrancada. Olhou para cima e fez uma coisa que não devia ter feito..., olhou para baixo. Estava cheia de medo, pois tinha vertigens. Também sentia ódio e raiva de si própria. Então, fechou os olhos com muita força. Quando os abriu, deu conta que tudo o que tinha acontecido era um sonho, não havia qualquer casa cogumelo, nem Celeste voadora, só havia uma casa no meio de um prado e campos de terra.
Mas, no final
de tudo, nós podemos ser como Celeste, pois podemos voar, só que não precisamos
de sair do chão. Podemos voar para seguir os nossos sonhos, ou conseguir
alcançar um objetivo. Tal como Celeste, não precisamos de ser aquelas princesas
da Disney, por exempl, a Bela Adormecida, que precisou de um príncipe para
desencantar a sua maldição, podemos voar por nós próprios, mas claro, é certo
que, no caminho, iremos encontrar muitos tipos de obstáculos, mas que nunca
desistiremos.
Laura, 7º D
Sem comentários:
Enviar um comentário