Desafios lá para casa

Palavras: desenhar, bruxedo, sofá, jardim e operação

Querida Lipa,

Nem vais acreditar o que me aconteceu hoje, quer dizer, nem eu estou a acreditar!

Deves estar a pensar que sou uma maluca e que a primeira coisa que eu deveria ter feito era contar a história desde o início. Se pensaste nisso, estás certa.

Vamos começar...

Eu estava em casa a desenhar um retrato de Frida Kahlo (não sei porquê, mas estava a sair bem), quando a minha mãe me ligou e me convidou a ir a Bertland, porque eu lhe andei a pedir, aliás, quase a implorar livros para eu passar o tempo nas férias. Obviamente, eu aceitei! Vesti-me às pressas e fui a pé, sozinha, no meio do calor, até ao shopping. A minha mãe já estava lá à minha espera, enquanto tomava o seu café diário. Sabes uma coisa, sempre que eu entro numa livraria sinto-me como uma criança numa loja de doces, e hoje não foi diferente. Nenhum livro me chamava à atenção, até que passei por um chamado “Bruxedo”, parecia que brilhava em relação aos outros. Tive sorte que não era muito caro. Quando cheguei a casa, sentei-me no sofá e comecei a ler. Mas o meu irmão, nessa mesma altura, decidiu ir ver Patrulha Pata para a sala, então tive que mudar de lugar.

Fui para o jardim acompanhada por um copo cheio de gelo e uma garrafa de Fanta Ananás. Enquanto lia, ouvi o meu telemóvel a tocar. Era a mãe do António. (É claro que eu sou uma daquelas pessoas que tem o número de telemóvel da mãe e do pai do melhor amigo) Disse-me que ele tinha tido um pequeno acidente e que teve de fazer uma “pequena operação de cosmética na testa”. Ela também me disse que ele estava triste por ter que faltar ao nosso lanche (caso não te lembres, nós combinámos ir às seis ao Mcdonald's ), por causa do descuido dele. Isso tudo para me pedir para ir ao hospital.

Quando cheguei lá, eu vi-o com um fato, um penso rápido na testa e um ramo de flores. Eu comecei a pensar que estava maluca. Na verdade, ele queria pedir-me em namoro. (tão fofinho!)  Eu quase desmaiei de felicidade!  Afinal, o António é meu “crush” desde os nossos treze anos. Eu disse um redondo sim.

Quando cheguei a casa, mudei o nome dele de"BFF" para "Mor" .Os meus pais não se importaram porque eles confiam no António.

Bem...Já não estou solteira e vamos almoçar amanhã porque ele já teve alta.

Da tua apaixonada:

   Célia  

Célia, 8º B