quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Somos todos fadas

 Palavras: madrinha, fada, fada má, carrossel, rosas                 

  Numa linda manhã de inverno, o menino Caetano foi visitar a sua avó Gracinda que morava numa pequena casa de madeira no meio da floresta. Enquanto ia no carro, foi avistando um extenso roseiral de inverno, com rosas de todas as cores, as quais exalavam um perfume doce a rosas que ia entrando para dentro do carro. Maravilhado com as cores da naureza, Caetano pergunta aos pais:

              -Mãe, sabes quem plantou estas flores aqui?”,                                                           

              -Nesta zona, antigamente, os mais antigos diziam que moraram, durante muitos séculos, muitas fadas. Há quem diga que plantavam as rosas para fazer um óleo medicinal.- respondeu a mãe.

             -Mas ainda vivem aqui fadas? - continuou Caetano, curioso.

              -“Ninguém sabe, mas há quem diga que, numa gruta, no meio da floresta, ainda vive uma fada, mas como usou o seu poder para prejudicar alguém, chamam-lhe a fada má.

            –Mas repara, a tua madrinha Lua acabou de chegar a casa da avó. Não existe pessoa melhor para te responder a essas perguntas.- respondeu a mãe.

Caetano, depois de ouvir a fascinante história, ficou intrigado para onde fugiram as fadas boas.  Sai do carro e abraça a sua avó com muita força, pois já não a via há muito tempo. Aquele abraço caloroso, o cheiro da lareia entranhado nas roupas da avó, faziam-no sentir em casa. Abraça também a madrinha. Mulher mística e a única que o poderia ajudar a saber mais histórias sobre as fadas que no passado moraram ali.

   -Caetano, meu netinho querido, tens comido bem?- perguntou a avó.

   - Sim, as os ares da natureza abrem-me o apetite.- responde Caetano.

   -O que me dizes a umas torradas no forno de lenha e um chocolate quente?- sugeriu a avó,

   - Já estou a salivar! - responde Caetano.

            Enquanto os pais desfaziam as malas, Caetano foi para a cozinha com a avó. Adorava aquele ambiente de acolhimento, a cafeteira do café cheia para as visitas, os panos crochet feitos pela avó e o cheiro da lareira. Enquanto a avó Didi estava a fazer o lanche, Caetano ouve a conversa da madrinha.

- Gracinda, vamos ter lua cheia esta noite, não te esqueças de pôr os cristais a lavar”, pediu a madrinha Lua.

- Lá estás tu com as tuas bruxices, ou crendices, como queiras! - responde Gracinda.

Caetano ao ouvir a conversa, não resistiu e perguntou à madrinha:

- Madrinha Lua, tens que me contar mais sobre essas histórias de fadas. Ouvi dizer que aqui moravam fadas, é verdade? - pergunta Caetano.

- É verdade, sim. Aqui moraram fadas só que, como foram perseguidas, tiveram que fugir e esconder-se dos aldeões. Eram mulheres muito sábias, que usavam os poderes da natureza para curar pessoas, mas foram mal interpretadas pelos aldeões. Se quiseres saber mais coisas sobre as fadas, vem comigo, eu vou a um carrossel no centro da cidade e conto-te mais coisas”, afirmou a madrinha Lua.

              _ Se os meus pais me deixarem, eu adorava ir ao carrossel contigo.”- respondeu Caetano.

             Ficou muito curioso pelo convite da madrinha, mas, naquele momento, só quis dar uma grande trinca na sua torrada com sabor a fumo.

             Caetano sempre foi fascinado por contos de fadas e fantasia, fascinava-o a ideia de existirem fadas a viver na floresta.

  Ao longe, ouviu o som de alguém a chamá-lo:

               - Caetano, despacha-te, não tenho a tua vida! - gritou a madrinha.

          Para chegarem ao carrossel tiveram que seguir um trilho no meio da floresta, onde avistou muitas borboletas brancas.

              - Sabias que as borboletas significam pureza? - perguntou a madrinha.

              -  Não, gostava mesmo de passar mais tempo aqui na aldeia, neste ambiente de cura!- responde Caetano.

          Caetano adorava passar tempo com a madrinha, pois ela era uma astróloga muito conhecida.

       O som do Carrossel já se ouvia lá ao fundo, um pequeno carrossel instalado no centro da vila. Depois de várias voltas no Carrossel voltam as perguntas.

              - Madrinha, afinal existem ou não fadas? - pergunta Caetano.

             - Caetano, as fadas foram perseguidas durante anos por serem mulheres intuitivas e curandeiras, elas não desapareceram, só se disfarçaram de aldeões. Repara o brilho no olhar daquelas mulheres. São todas fadas ou de famílias de fadas, só não se apresentam como antigamente. Fazem o bem, cuidam dos outros e estão sempre ao serviço dos outros. - afirma misteriosamente Lua.

             - Madrinha, pelo que sei também és intuitiva e praticas o bem, também és uma Fada? -perguntou Caetano.

             - Caetano, és um menino inteligente. Sim, eu sou uma fada. A nossa família pertence ao reino das fadas. A Tua bisavó, a tua avó, a tua mãe e eu fazemos parte dessa linhagem e, como vês, não temos asas, nem varinhas de condão, mas continuamos a praticar o bem. - revelou a madrinha.

            Caetano, chocado com as declarações, pede à madrinha para voltar a casa.   Já na casa da avó, reúnem-se a mãe, a avó e a madrinha à lareira para explicarem a Caetano o que é ser uma fada.

             - Caetano, as fadas respeitam a natureza, honram a sua intuição, cuidam dos animais e ajudam quem precisa. Tu não és uma fada, mas se honrares os nossos ensinamentos, podes tornar-te um homem muito especial. - Afirma a avó.

            Foi aí que Caetano percebeu que, em cada um de nós, existe uma alma de fada, basta nós a sabermos ouvir.
                                                

Dinis Rocha, 8ºE e tia Sofia


 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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