sábado, 22 de janeiro de 2022

Duendes e Caveiras


 

Palavras: duende, caveira, floresta, aldeia, teatro

Há muito tempo atrás, numa aldeia muito distante, viviam entre as grandes árvores da floresta, os duendes e as caveiras. Do lado negro e sombrio da floresta, viviam as caveiras e, do lado ensolarado e alegre, viviam os duendes, juntamente com animais que pastavam livremente nos verdes campos.

Todos os anos realizava-se um evento que juntava toda a população: o teatro de inverno. Tinha lugar no início dessa estação e servia para reunir todos, antes da neve chegar e isolar cada um nas suas casas.

Naquele ano, era a vez dos duendes organizarem o teatro e Tobias, o duende mais famoso da aldeia, pela sua personalidade divertida e despreocupada, estava cheio de ideias e vontade de participar.

Certo dia, saiu de casa e dirigiu-se junto ao lago onde se realizava o teatro. Havia necessidade de construir o cenário, que tinha sempre elementos da floresta ocupada pelas caveiras e da floresta ocupada pelos duendes. Enquanto os duendes tinham as casas dentro das árvores maiores e com mais ramos, as caveiras viviam em grutas sem luz e o Tobias decidiu ir ao lado das caveiras para trazer algo que as representasse. Chegou a uma das grutas já ao final da tarde, com pouco sol. Chamou, mas ninguém respondeu. Decidiu entrar e explorar um pouco mais. Acabou por encontrar várias velas, muitas delas quase sem cera para queimar. Pegou numa e desatou a correr pois estava com medo ao escuro. Mas, quando estava a chegar à saída da gruta, eis que foi presenteado com uma avalanche de rochas, que bloqueou a saída. Apenas com uma vela na mão, Tobias estava assustado e sem saber o que fazer. Passou alguns minutos sem sequer se conseguir mexer, até que se encheu de coragem e decidiu explorar o resto da gruta para tentar encontrar uma saída. Mesmo no meio da gruta, encontrou uma fogueira ainda com as brasas acesas e pensou que, certamente, teriam estado ali há pouco tempo. Viu ao longe o que lhe parecia serem luzes, mas vinha de uma galeria tão estreita e baixa que ele nem sabia se conseguiria passar. Rastejou ao longo de vários metros, quando, finalmente, chegou a outra caverna, onde estava uma caveira conhecida. Esta explicou-lhe que as grutas estavam todas ligadas e foi por isso que não ficou preso com a avalanche.


Depois de algum tempo, decidiu atravessar a floresta negra, onde viviam os animais selvagens e perigosos que o podiam devorar, para voltar para casa. Falou com algumas caveiras que lhe deram indicações e lhe disseram por onde ir.

Nessa mesma noite, ele partiu para a floresta, aterrorizado. Atravessou caminhos de grandes árvores pálidas e gélidas, onde muitas aves de rapina fazem os ninhos, tendo chegado à parte mais assustadora da floresta, aquela onde viviam os lobos. Tobias, muito preocupado com o
que lhe podia acontecer, acendeu uma tocha criando fogo ao raspar duas pedras e andou muito lentamente, mas sem se aperceber pisou um galho, atraindo a atenção dos animais. Ele desatou a correr e encontrou um orifício numa árvore e escondeu-se lá, onde pernoitou.

No dia seguinte, seguiu viagem e acabou por encontrar a aldeia dos duendes. Todos estavam preocupados com ele, mas Tobias afirmou que estava bem e que se tinha perdido numa gruta do lado das caveiras.

Passados alguns dias, ocorreu o teatro anual que atraiu quase a floresta inteira, sendo que foi o que arrecadou mais dinheiro nos últimos anos.

 

Guilherme Lopes, 8º E, Luís Lopes e Salete Lopes

 


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